RICARDO COSTA MARCA GOLO NA PRÓPRIA BALIZA

Luzia Moniz, com declarações contundentes, expôs o que muitos temiam admitir sobre as eleições de 2022 em Angola. As suas palavras não deixaram dúvidas: as irregularidades, pressões e negociatas internacionais foram reais, e a UNITA foi parte activa deste processo. As suas revelações causaram um terremoto político, desmascarando acordos que transformaram a oposição numa extensão do sistema que deveria combater.

Por Malundo Kudiqueba

Ricardo Costa (ex-jornalista e ex-director de informação da SIC e agora membro da administração do grupo Impresa) na tentativa desesperada de justificar o injustificável, acabou por marcar um golo na própria baliza. A explicação dada foi interpretada por membros da UNITA como um pedido de desculpas ao líder Adalberto da Costa Júnior, mas apenas reforçou a percepção de que a oposição está mergulhada em incoerências e fraquezas. Quem tenta explicar o inexplicável, apenas confirma a sua culpa.

Luzia Moniz foi ainda mais longe ao revelar detalhes das pressões internacionais e das cedências feitas pela UNITA. Segundo ela, figuras como Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, irmão do jornalista Ricardo Costa, foram mencionadas como facilitadores de acordos políticos que moldaram os resultados das eleições. Abel Chivukuvuku confirmou estas negociações, assim como Nelson Bonavena, ex-vice-presidente do Bloco Democrático. Quando os líderes da oposição cedem às pressões internacionais, perdem o direito de se declarar defensores do povo.

Se Adalberto da Costa Júnior se considera tão íntegro, por que não enfrenta publicamente os factos apresentados por Chivukuvuku e Bonavena? Quem não enfrenta as verdades da sua própria casa, não pode liderar a limpeza de uma nação. A coragem de um líder mede-se pela sua disposição em encarar a verdade, mesmo quando ela lhe é desfavorável. O silêncio de Adalberto não é apenas ensurdecedor, mas também revelador: mostra um líder que prefere a conveniência da omissão à força da honestidade.

Uma oposição que critica selectivamente é tão perigosa quanto o poder que tenta combater. Ao insurgir-se apenas contra Ricardo Costa, Adalberto demonstra que a sua liderança está mais preocupada em salvar a sua imagem do que em esclarecer os pactos que fragilizam a luta pela mudança.

A desilusão foi tão profunda que figuras de destaque como Amélia Aguiar decidiram abandonar a UNITA. Amélia Aguiar ficou chocada ao perceber que a liderança de Adalberto da Costa Júnior havia cedido em pontos cruciais em troca de garantias vagas e promessas ilusórias. Todo o político que troca os interesses do povo por acordos de bastidores não merece ser chamado de líder.

Adalberto da Costa Júnior, o mesmo que inicialmente declarou que “não houve fraude”, mudou de discurso e passou a reclamar de irregularidades. Um líder que diz tudo e o seu contrário não é um líder, é um oportunista. Como é possível que alguém que nega a fraude continue a reclamar do processo eleitoral? A incoerência é gritante, e quem ainda acredita em Adalberto da Costa Júnior ou está desesperado por esperança ou acredita igualmente no Pai Natal.

Se não houve fraude, então por que reclamar? E se houve fraude, o que a UNITA está a fazer no Parlamento? A simples presença da UNITA na Assembleia Nacional não só valida o processo eleitoral, como contradiz qualquer acusação de irregularidade. É um jogo duplo que apenas enfraquece a oposição e, pior ainda, subestima a inteligência do povo angolano.

Luzia Moniz desmascarou a fragilidade política de Adalberto da Costa Júnior, mostrando que ele é um homem preso às suas contradições, incapaz de liderar uma oposição robusta e coerente. Quem não consegue manter a sua palavra firme, nunca conseguirá liderar uma nação para a liberdade.

As revelações de Luzia Moniz confirmam aquilo que muitos já suspeitavam: a UNITA, sob a liderança de Adalberto da Costa Júnior, deixou de ser uma força de resistência e tornou-se parte de um jogo político que apenas perpetua o status quo. Uma oposição que faz acordos nos bastidores já não é oposição; é um aliado disfarçado.

O povo angolano merece mais do que líderes fracos, manipuláveis e contraditórios. Angola precisa de uma oposição que não se venda, que não ceda, que não mude de discurso conforme as conveniências.

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